segunda-feira, 30 de junho de 2014

O DIA EM QUE O “JILE” DORMIU NA CASA “ALUGADA” DO CACHORRO DA CASA AO LADO

Até meus 15 anos, nunca fui de pensar muito no futuro. Nunca tive uma coleção de barbies fabulosa-nunca nem gostei-, fui uma criança entediada com a TV e detestosa com o tamanho dos meus seios. Sempre fui quietinha, certinha, normalzinha. Até que todo esse “inha” me cansou. Participar de um grupo de jovens me ensinou muito, e um desses ensinamentos foi perder a vergonha. OK, passou a vergonha. Comecei a trabalhar, a estudar de verdade e economizar dinheiro para colocar na poupança. Isso me trazia independência- viva!-e também me mostraria mais tarde o quando eu ainda era dependente de meus pais. No entanto, isso nunca me esquivou do sonho de morar em uma casa de lareira, e ter prateleiras de livros sobre minha cama. Porque até onde eu sei- e sabia- meu quarto ainda era o único habitat com o nome meu desenhado e grudado nas paredes rosas dele, onde eu podia fazer e ser exatamente o que eu queria..

Pois bem, meus primeiros textos na vida foram poemas adocicados, historinhas da escola e cartas de amor para minhas amigas e seus namorados. Também livros inacabados, contos com lágrimas marcadas, cada um dos meus primeiros amores recebeu dedicatórias muito maiores que uma página. Não me arrependo deles, apesar de nenhum ter me dado um amor. Mas apesar deles não terem me dado nada, na verdade, eu amava as tardes de domingo em que ficava deitada preguiçosamente num cobertor ao sol, debruçada sobre meus escritos. Fantasio até hoje que todos me ensinaram sobre o crescer e me tornar mulher. E sei de verdade que todos eles me ensinaram que escrever realmente é minha praia, e que mesmo que chova nessa praia, eu nunca estive muito aí para isso. Apenas continuei a escrever.
Eu nunca soube sobre o dia de amanhã, e nem nunca planejei o dia de amanhã como faço hoje. Talvez isso seja um erro, mas na verdade o planejamento acontece só em mente, visto que em vida eu nunca saberei- ou acertarei- o que prever.  Só sei que vou morrer. Ah, isso é certo.

Nunca perguntei o dia porque sei bem que nunca irei adivinhar. Mal sei se o relacionamento ou emprego vão durar, não é mesmo? Como então tentar prever sua aparência quando a sua hora chegar? Melhor nem pensar. Arrepia a pele e eriça até o fio que você desconhece. E eu nem sei como cheguei a isso, visto que o título da minha postagem é sobre o Jile que dormiu na casinha alugada do cachorro da casa ao lado. Calma que já vou explicar. A questão é que tudo isso é verdade- do Jile e da morte!-. Se você vive na correria do dia, na rotina, e dificilmente faz alguma coisa fora do normal, também dificilmente pensará e arrumará tempo para refletir sobre essas coisas. Mas acontece que essas coisas não são somente coisas. Posso ser clichê, mas um dia tudo mudará. Cedo ou tarde, aqui ou ali. E tudo que fizemos em vida, nessas horas da vida voltarão à nossa cabeça. Eu rirei dessa minha postagem do Jile e você rirá de qualquer outra coisa boba que tenha acontecido com você. Entendeu? Não?


                                          Sorria!
JAMAIS VOLTARÁ. Então valha-se da velha- e nova- dica. Aproveite a vida. Ria. Viva em paz. Saia mais -no substantivo também, por que não?-. Conheça pessoas. Eu mesma luto comigo mesma e meus textos na frente do computador. Arranco alguns fios, perco segundos demais de um sol que não saberei quando vou voltar a ver.
Mas teimosa, ainda sei que a vida é lá fora. Ali mesmo, onde você coloca as pedras no sapato, enfrenta a chuva, o calor, o Agenor e o Romildo. Onde você dá a cara, a mão, o olho e o fígado a bater- ou comer-. Tudo é escolha sua. Se sua vida não está boa, você tem mesmo que mudar. Tem mesmo que viajar, sonhar, pular de galho em galho feito um macaco. Não descendemos deles mesmo?

Clichê é para quem não acredita que as coisas podem ser de verdade. É para quem nunca abriu uma empresa e a sustentou mesmo estando prestes a falhar, para quem suportou as críticas e jamais pensou em parar. Porque tudo isso que pode -e irá acontecer na sua vida- depende de você, não dos outros. Claro, você vai precisar de compradores, leitores- como no meu caso- aqueles pessoas entusiasmadas pelo que tu faz. Mas que só tu poderá fazer e criar esse público, é verdade. E que só tu poderá manter e aumentar- ou diminuir- o seu público, verdade. Então, acredite e faça a verdade. Simplesmente tudo aquilo que seu coração diz que o fará feliz. 

QUOTE DO DIA:

A história de Jile é a seguinte: sábado na partida do Brasil contra o Chile, minha mãe olhou para fora e disse que a casinha do cachorro estava alugada. Hein? Olhamo-nos um nos olhos dos outros, até ela começar a tentar arrumar:

-Errei! Ela tá.. tá..
-Alagada?
Tentativa do meu namorado, visto que chovia muito e havia um círculo de água ao redor da casa dele.
-Isso!
Fiz sinal para o cachorro voltar para dentro- tenho meio que um potencial para ser compreendida por bichinhos- e voltamos nossa concentração ao jogo. Mais tarde...
- Ah, (ela diz alguma coisa e completa com..) Jile?
Jile?? Hein?
-Como, mãe?
E todos já rindo.
-Ahh.. É.. Chile!
Ufa! Minha mãe é alemoa e conseguiu sobreviver a essa- junto com o Brasil!-. Mas assim que terminou o jogo, meu namorado virou-se para ela- e nós- e disse:
-Agora o Jile já pode ir dormir na casa alugada do cachorro da vizinha.
E terminamos a tarde na risada. Minha mãe sabe que amamos ela e que isso acontece. Até porque costumo me atrapalhar muito mais que ela. Ponto.
 


                             Não deem bola para nossa cara oleosa!
Beijos,
Vanessa Preuss

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