quarta-feira, 26 de março de 2014

DA ALMA SINCERA DE UMA GAROTA DE 21: SOBRE DECISÕES E NOVAS ROTAS


Todo mundo sabe que decidir o que se quer fazer da vida e escolher uma faculdade certeira não é fácil. Quando você decide, é aquela correria para fazer vestibular, esperar o resultado, se matricular e ainda conseguir conciliar tudo com o seu coração, que estala umas cem vezes por minutos de espanto e alegria consigo mesmo. “É isso, vou fazer tal coisa.” Iupíi!

No meu caso, o escolhido e felizardo foi o jornalismo. Eu gostava de escrever, então- pimba!- só podia ser isso. J-O-R-N-A-L-I-S-M-O! Irra!!!


                                          Era meu sonho!

Passam três anos, há momentos em que você se sente no ceu, em outros, meio perdida, mas ainda assim, não desiste. A vida é muito longa para já desistir. A faculdade já está na metade para você desistir. Evaristo Costa já está quase em suas mãos para você desistir (brincadeirinha!).

Mas aí, chega o dia em que você faz estágio, é contratada, e tudo aquilo que você pensou que fosse o jornalismo vai por água abaixo. Não que não fosse bom: você fez amizades, aprendeu muito, fez trabalhos bons. Você evoluiu como pessoa, aprendeu que ser jornalista é mais sério do que podia imaginar e isso foi um aprendizado muito valioso. Mas aí você olhou de novo para o seu amiguinho jornalismo, e ele estava te encarando com a cara murcha, o rabinho encolhido entre as pernas, os olhinhos envergonhados. Você tenta acordá-lo, mas ele parece adormecido. Não responde a seus estímulos. Parece que nem vai acordar. Minha nossa! E você grita “JORNALISMOOO!!” como se fosse uma mãe brava chamando o filho, e ele ainda não responde. O que fazer?
                                      Você pode me responder?
Pois bem, vamos a segunda parte do problema.
                   
                                               Respira, Vanessa!

Todo mundo sabe que trancar a faculdade não é fácil. Eu mesma pensei, pensei, pensei (até os neurônios esquentarem e alguns explodirem até aterrissarem no caos do universo sideral) e ainda assim eu não sabia o que fazer com isso. Eu amava as aulas de jornalismo, mas no fundo- bem no fundinho onde a calda quando remexida é mais saborosa, sabe?- eu não sabia o que, ou como fazer. Vou trancar a faculdade, e perder a chance de ter um diploma? Depois de três anos? Depois de tanta dedicação? De tantas horas acordadas lendo textos, jornais, procurando fontes interessantes? Você está ficando louca, Vanessa?

                                               É, acho que estou.

Mas o que eu poderia fazer quanto a isso? Já estou muito pesada e grande para conseguir me enforcar ao pé de repolho e morrer. E então? O colo de minha mãe cansou de minhas lágrimas, tanto quanto o do namorado, e o meu mesmo- não que eu tenha vindo a deitar em meu colo! Não sou atlética assim, xuám.- Mas com o tempo, eu aprendi, mesmo que da forma mais dolorosa, a ver algumas coisinhas em mim. Em vez de livros de jornalistas, eu levava livros de escritores à tiracolo. Eu detestava televisão. Em minha aula introdutória eu escrevia historinhas ao invés de notícias. Desde a quinta série eu fazia historinhas. Aos dezesseis anos eu escrevi uma história incrível (cof, cof) da minha vida. E aos vinte outra. E agora, mais outra.
Eu percebi que amo isso. Eu amo escrever.. histórias. Viva!
Então eu me flagrei para o óbvio dos óbvios: eu queria ser escritora.
-Vanessa, como quer ser escritora?
-Ora, sei lá! Vou ser, e pronto.
-Como vai viver sendo escritora?
                                                
                                                Ó céus.. Eu não sei!
-E então?
-E então o quê?
-Vai ser escritora?
Eu agarrada à meu travesseiro ensopado e com um bico parecido com o de Angelina Jolie.
                                                   -Vou.
-Então, boa sorte.
De repente meus olhos brilham e eu falo completamente emocionada. -Obrigada!! Me dá um abraço?
E sei que o caminho é longo, que eu vou continuar trabalhando e me dedicando em meu amado emprego atual, que o Evaristo pode ficar mais longe de mim agora- buáá-, que a editora pode não me querer.
            
                                                      E daí?

Quem saiba eu crie vergonha na cara e volte antes do meu prazo encerrar. Quem sabe eu veja que estou ficando louca de fato e que até junho eu esteja de joelhos rastejando até a Universidade e pedindo perdão. Em pensar que posso ser uma jornalista muito bem sucedida, trabalhando na BBC de Londres, falando cinco línguas, fazendo selfies com todo e qualquer famoso que encontrar, já estou me dando chibatadas.
Mas, de toda forma, sei que a vida é assim. Eu tenho 21 anos. E só até julho para decidir. Quer saber, vou tentar. Pois, afinal de contas, estamos ou não estamos aí para arriscar?


(Por favor, concordem comigo que senão estou perdida..haha)

Kisses for  you (essa é pra treinar minhas aulas de inglês-Rá!)



Vanessa Preuss ;)

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